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Sem governo e Centrão, reforma administrativa encalha e deixa Hugo Motta isolado na Câmara.
Centrão já dá como enterrada a proposta; líderes afirmam que o tema perdeu o timing político
  Em meio ao clima pré-eleitoral, governo evita se comprometer e Centrão já dá como enterrada a proposta; líderes afirmam que o tema perdeu o timing político
POR VINÍCIUS NUNES
A tentativa do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de fazer avançar a reforma administrativa encontrou um muro de resistência na própria Casa. Com o mínimo de assinaturas para ser protocolada e marcada por uma série de retiradas de apoio nos últimos dias, a proposta naufragou politicamente antes de chegar ao plenário.
Nos corredores do Congresso, líderes partidários avaliam que a reforma perdeu o momento e dificilmente prosperará sem uma mudança no cenário político. Deputados do Centrão já consideram o tema “fora de pauta” e enxergam pouca disposição do governo em defendê-lo. A leitura majoritária é de que, em ano pré-eleitoral, não há espaço para discussões que possam gerar desgaste com categorias organizadas ou alimentar tensões. A ausência de apoio explícito do Palácio do Planalto e a boa avaliação do governo Lula (PT).
O resultado é um isolamento de Motta, que tentou transformar a reforma em uma marca de gestão. Sem o apoio do governo nem o respaldo do Centrão, o presidente da Câmara perdeu o eixo político que sustenta grandes votações. 
Mesmo congressistas que defendem a necessidade da reforma reconhecem que a discussão foi lançada fora de tempo. O consenso é que reformas estruturais exigem capital político e liderança, dois elementos que hoje não existem no Congresso.
A perspectiva é de que a reforma administrativa fique paralisada até o próximo ciclo de governo, a partir de 2027.
Revista Carta Capital



         
         
         
         










